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Independência do Brasil: a parte que não foi contada

por Só Educador
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Independência do Brasil: a parte que não foi contada

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A proclamação da Independência do Brasil

A proclamação da Independência do Brasil ocorreu em 7 de setembro de 1822, mas ela teve início muito antes dessa data. Em homenagem aos 200 anos de independência, no post de hoje, iremos conhecer partes da história, pouco ou não contada, de como ocorreu esse processo de emancipação. Boa leitura!

Como começou o processo de Independência do Brasil?

O processo de Independência do Brasil iniciou com a chegada da Família Real  no Brasil.

Portugal estava passando por uma crise política e econômica. Napoleão Bonaparte já havia anunciado que queria dominar além da França, todo o continente Europeu. Ele já havia conseguido uma aliança com a Espanha, precisava então fazer o mesmo com Portugal.

No entanto, Portugal era aliado da Inglaterra, país que Napoleão não havia conseguido conquistar , apesar de ter usado o Bloqueio Continental. A partir daí, Bonaparte determinou que os portugueses fechassem os portos para as embarcações inglesas, prendessem os ingleses e confiscassem seus bens. D. João se viu entre “a cruz e a espada”.

Ele tinha que decidir entre:

  • Obedecer a Napoleão e romper as relações com a Inglaterra, violando tratados antigos. O risco era uma guerra entre as duas nações;
  • Desobedecer e ter as terras portuguesas invadidas pelas tropas francesas.

A ideia de transferir a Corte Portuguesa para o Brasil, já existia muito antes desse período turbulento com a França. Quando D. João ficou sabendo dos objetivos de Napoleão, foi o momento de colocar seus planos em prática. A ideia de proclamar um rei no ocidente era um plano que já existia há séculos, a estratégia não era um improviso, e a mudança ocorreu em 1807.

Quando Napoleão chegou para invadir Portugal com o seu exército, a família real já havia embarcado levando consigo toda a corte com suas alfaias, baixelas, quadros, biblioteca real e joias. Devido a esta partida, a Cultura Ocidental chegou ao outro lado do oceano.

A estimativa de pessoas que embarcaram para o Brasil era de 10 a 15 mil pessoas, ou seja, não se tratava de apenas um navio com poucos tripulantes, mas de um plano com uma complexa e premeditada logística que apenas aguardava o momento certo para ser executado.

A expressão “ficou a ver navios”, surgiu a partir desse episódio, pois quando Bonaparte chegou, ele e seus soldados viram apenas os navios no horizonte de maneira que seria impossível alcançá-los.

Os que ficaram em Portugal foram orientados a receber Napoleão sem resistência para evitar que sangue fosse derramado. Desse modo, D. João foi o único rei da daqueles que Napoleão havia decidido destronar, que não foi destronado, assim as terras portuguesas não foram consideradas conquistadas por Bonaparte se o rei desse país não foi derrotado.

Segundo historiadores, Napoleão chegou a declarar:

“… que respeitava três generais. O general russo, Inverno; o general que o derrotou em Waterloo, Wellington; e ainda o príncipe regente português. E ainda arremata: Foi o único que me enganou”.

A vinda da Família real e a Independência do Brasil

Quando a família real chegou ao Brasil, em janeiro de 1808, trouxe com ela mudanças importantes . Foram construídos prédios públicos, serviços que antes não eram oferecidos passaram a ser, por exemplo, cabeleireiros e modistas. Com relação à educação, foi criada a primeira escola superior de medicina, a Academia Real Militar,  além de ensinar também engenharia civil e mineração. Tudo isso já dava indícios para uma futura Independência do Brasil.

Na lista das criações realizadas por D. João ainda estão a Biblioteca Nacional, o Museu Nacional, a Real Fábrica de Pólvora, o Banco do Brasil, o Laboratório Químico-Prático, o Jardim Botânico, a Real Teatro de São João, a Gazeta do Rio de Janeiro, o primeiro jornal publicado em território nacional.

A  Biblioteca Real contava com um acervo inicial de mais de 60 mil volumes. Eram livros, mapas, manuscritos, estampas e medalhas. Todo esse material fomentou o crescimento intelectual no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, local onde a família real aportou quando chegaram do continente Europeu e que, em 1808, se tornou a capital do Brasil.

Dom Pedro, príncipe regente.

A independência do Brasil já era algo que iria acontecer. Os acontecimentos apontavam para tal evento.

Em 1820, ocorreu a Revolução do Porto, anos se passaram após a chegada da família real no Brasil. Os portugueses começaram a exigir a volta de D. João para Portugal. Queriam reorganizar Portugal como uma monarquia constitucional, seguindo padrões semelhantes aos da Revolução Francesa.

Por outro lado, os brasileiros reivindicavam que o Brasil precisava de um rei para a unificação da nação, tendo em vista que o território brasileiro era muito extenso. Foi sugerido que a corte transitasse entre a América e a Europa, mas essa proposta não foi aceita pelos portugueses. Eles queriam um único poder central em Portugal.

Então D. João resolveu voltar sozinho para Portugal e deixou o seu filho como príncipe regente. Antes de partir ele disse:

“Se for para perder o Brasil, que seja para ti e não para estes aventureiros”.

A partir daí o processo de Independência do Brasil tornou-se mais iminente e o líder era D. Pedro.

Para manter a autonomia política no Brasil diante das revoluções da corte, D. João convocou eleições para eleger juntas governamentais nas principais províncias, antes do seu retorno a Portugal.

O primeiro que chegou a reconhecer D. Pedro como príncipe regente foi José Bonifácio e Silva, um brasileiro com uma extensa formação acadêmica, fluente em diversas línguas. Ele também se tornou confidente e conselheiro de D. Pedro, as suas ideias e influência política foram decisivas para a Independência do Brasil.

Os brasileiros estavam insatisfeitos com a corte portuguesa, que indicavam querer recolonizar o Brasil . O clima nas terras brasileiras era de guerra civil entre os que apoiavam o príncipe regente e os que apoiavam a corte. Não raramente portugueses e brasileiros entravam em combate, pois os brasileiros não queriam obedecer a corte portuguesa.

Causas da Independência do Brasil

Muitas foram as causas que levaram à Independência do Brasil, desde causas políticas e sociais a questões econômicas, além da vinda da Família Real ao Brasil, que foi um dos fatores mais importantes no processo de independência.

Abaixo, além das que já foram citadas, serão listadas outras causas que levaram o Brasil à independência.

  • Crise do sistema colonial, as ideias iluministas e as independências ocorridas na América Inglesa e na América Espanhola.
  • Movimentos de tentativas de liberdade colonial, como a Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798).
  • Leopoldina, esposa de D. Pedro, mostrava-se favorável à Independência do Brasil e estava contra as cortes portuguesas.
  • Em 1815, D. João elevou o Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves. Com isso, o Brasil deixa de ser colônia para adquirir o mesmo status jurídico que a metrópole. Essa decisão causou descontentamento a Portugal, revelava que D. João pretendia se fixar no Brasil. Igualmente, o Brasil tornava-se centro do império português.
  • O desenvolvimento da região estava entravado pelos rigores da política mercantilizada, que impedia qualquer progresso que beneficiasse a colônia.
  • A abertura de Portos feita por D. João às nações amigas. Isso significava que qualquer país poderia comercializar com o Brasil.
  • A Revolução Liberal do Porto, em 1920, que tinha como objetivo a autonomia portuguesa, a promulgação de uma Constituição e retomar a colonização do Brasil. Acelerando a volta de D. João a Portugal e atribuindo a D. Pedro a regência do Brasil.
  • Medidas vindas de Portugal pressionaram o governo de D. Pedro, na tentativa de anular seus poderes político, administrativo, militar e judicial e forçá-lo a regressar a Portugal.

7 de setembro de 1822, dia da Independência do Brasil

As séries de acontecimentos levaram a D. Pedro a ficar no Brasil. Mesmo ele recebendo de Portugal a exigência de voltar para a Europa, ele acatou os conselhos de José Bonifácio e D, Leopoldina, sua esposa, que dizia para ele não aceitar a exigência.

Havia pedidos de várias províncias e abaixo-assinados de até 5.000 pessoas insistindo para que o príncipe regente permanecesse. D. Pedro recebia cartas de líderes de províncias brasileiras para que não fizesse dos brasileiros servos de Portugal.

Então, no dia 9 de janeiro de 1822, D. Pedro, anunciou ao público a sua permanência no Brasil. Esse evento ficou conhecido como o  “Dia do Fico”.

“Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico”

Essa frase deixou, simbolicamente, a mensagem que o Brasil não pertencia mais a Portugal. Mas a Independência do Brasil propriamente dita ainda não havia acontecido.

Os acontecimentos desencadearam uma crise no governo e os ministros fiéis às Cortes, demitiram-se. O príncipe formou um novo ministério, sob a liderança de José Bonifácio, um dos principais partidários da emancipação política brasileira. Apesar da crise gerada por causa da sua declaração, D. Pedro continuou ganhando apoio da população. Fazendeiros saudavam o príncipe e sua comitiva por onde passavam.

Em agosto de 1822, Dom Pedro precisou viajar à província de São Paulo e deixou sua esposa, a princesa Dona Leopoldina, como regente. Pela primeira vez no Brasil, uma mulher comandaria o país. Ela governou antes mesmo de que o Brasil se tornasse verdadeiramente independente.

Enquanto D. Pedro estava viajando, chegam cartas de Portugal exigindo a volta imediata de Dom Pedro a Portugal. As leis criadas no Brasil não seriam mais aceitas e quem desobedecesse estaria afrontando Portugal.

Para José Bonifácio e D. Leopoldina não havia mais possibilidade de conciliação com Portugal e uma inevitável ruptura entre o Brasil e a coroa portuguesa era certa. Ele enviou uma carta para D. Pedro informando-o da decisão que ele e D. Leopoldina haviam tomado em Conselho.

No dia 7 de setembro de 1822, tendo recebido a carta, D. Pedro arrancou a braçadeira azul e branca que simbolizava Portugal e atirou-a no chão dizendo:

— “Tirem suas braçadeiras, soldados! Viva a Independência, a liberdade e a separação do Brasil!”

O príncipe desembainhou sua espada, no que foi seguido pelos militares; os paisanos tiraram o chapéu, e D. Pedro disse:

— “Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a liberdade do Brasil! Brasileiros! A nossa divisa de hoje em diante será – INDEPENDÊNCIA OU MORTE!”

Iniciou-se o Primeiro Reinado e D. Pedro passou a ser chamado de D. Pedro I.  A partir dessa data, o Brasil teria um longo caminho para poder garantir a sua independência. As lutas e as dificuldades não foram resolvidas nesse dia, mas foi o começo de uma nova história para a nossa nação.

Referências:

A vinda da Família Real para o Brasil e as estratégias inéditas do monarca português. Brasil Paralelo. 31/08/1981. Disponível em: https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/vinda-da-familia-real-para-o-brasil . Acesso em 30 de ago de 2022.

BEZERRA, Juliana. Causas da Independência do Brasil. Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/causas-da-independencia-do-brasil/ . Acesso em 31 de ago. de 2022.

O que foi o Primeiro Reinado? Entenda como realmente aconteceu a Independência do Brasil. Brasil Paralelo. 01/09/2021. Disponível em: https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/o-que-foi-o-primeiro-reinado . Acesso em 29 de ago. de 2022.

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A proclamação da Independência do Brasil

A proclamação da Independência do Brasil ocorreu em 7 de setembro de 1822, mas ela teve início muito antes dessa data. Em homenagem aos 200 anos de independência, no post de hoje, iremos conhecer partes da história, pouco ou não contada, de como ocorreu esse processo de emancipação. Boa leitura!

Como começou o processo de Independência do Brasil?

O processo de Independência do Brasil iniciou com a chegada da Família Real  no Brasil.

Portugal estava passando por uma crise política e econômica. Napoleão Bonaparte já havia anunciado que queria dominar além da França, todo o continente Europeu. Ele já havia conseguido uma aliança com a Espanha, precisava então fazer o mesmo com Portugal.

No entanto, Portugal era aliado da Inglaterra, país que Napoleão não havia conseguido conquistar , apesar de ter usado o Bloqueio Continental. A partir daí, Bonaparte determinou que os portugueses fechassem os portos para as embarcações inglesas, prendessem os ingleses e confiscassem seus bens. D. João se viu entre “a cruz e a espada”.

Ele tinha que decidir entre:

  • Obedecer a Napoleão e romper as relações com a Inglaterra, violando tratados antigos. O risco era uma guerra entre as duas nações;
  • Desobedecer e ter as terras portuguesas invadidas pelas tropas francesas.

A ideia de transferir a Corte Portuguesa para o Brasil, já existia muito antes desse período turbulento com a França. Quando D. João ficou sabendo dos objetivos de Napoleão, foi o momento de colocar seus planos em prática. A ideia de proclamar um rei no ocidente era um plano que já existia há séculos, a estratégia não era um improviso, e a mudança ocorreu em 1807.

Quando Napoleão chegou para invadir Portugal com o seu exército, a família real já havia embarcado levando consigo toda a corte com suas alfaias, baixelas, quadros, biblioteca real e joias. Devido a esta partida, a Cultura Ocidental chegou ao outro lado do oceano.

A estimativa de pessoas que embarcaram para o Brasil era de 10 a 15 mil pessoas, ou seja, não se tratava de apenas um navio com poucos tripulantes, mas de um plano com uma complexa e premeditada logística que apenas aguardava o momento certo para ser executado.

A expressão “ficou a ver navios”, surgiu a partir desse episódio, pois quando Bonaparte chegou, ele e seus soldados viram apenas os navios no horizonte de maneira que seria impossível alcançá-los.

Os que ficaram em Portugal foram orientados a receber Napoleão sem resistência para evitar que sangue fosse derramado. Desse modo, D. João foi o único rei da daqueles que Napoleão havia decidido destronar, que não foi destronado, assim as terras portuguesas não foram consideradas conquistadas por Bonaparte se o rei desse país não foi derrotado.

Segundo historiadores, Napoleão chegou a declarar:

“… que respeitava três generais. O general russo, Inverno; o general que o derrotou em Waterloo, Wellington; e ainda o príncipe regente português. E ainda arremata: Foi o único que me enganou”.

A vinda da Família real e a Independência do Brasil

Quando a família real chegou ao Brasil, em janeiro de 1808, trouxe com ela mudanças importantes . Foram construídos prédios públicos, serviços que antes não eram oferecidos passaram a ser, por exemplo, cabeleireiros e modistas. Com relação à educação, foi criada a primeira escola superior de medicina, a Academia Real Militar,  além de ensinar também engenharia civil e mineração. Tudo isso já dava indícios para uma futura Independência do Brasil.

Na lista das criações realizadas por D. João ainda estão a Biblioteca Nacional, o Museu Nacional, a Real Fábrica de Pólvora, o Banco do Brasil, o Laboratório Químico-Prático, o Jardim Botânico, a Real Teatro de São João, a Gazeta do Rio de Janeiro, o primeiro jornal publicado em território nacional.

A  Biblioteca Real contava com um acervo inicial de mais de 60 mil volumes. Eram livros, mapas, manuscritos, estampas e medalhas. Todo esse material fomentou o crescimento intelectual no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, local onde a família real aportou quando chegaram do continente Europeu e que, em 1808, se tornou a capital do Brasil.

Dom Pedro, príncipe regente.

A independência do Brasil já era algo que iria acontecer. Os acontecimentos apontavam para tal evento.

Em 1820, ocorreu a Revolução do Porto, anos se passaram após a chegada da família real no Brasil. Os portugueses começaram a exigir a volta de D. João para Portugal. Queriam reorganizar Portugal como uma monarquia constitucional, seguindo padrões semelhantes aos da Revolução Francesa.

Por outro lado, os brasileiros reivindicavam que o Brasil precisava de um rei para a unificação da nação, tendo em vista que o território brasileiro era muito extenso. Foi sugerido que a corte transitasse entre a América e a Europa, mas essa proposta não foi aceita pelos portugueses. Eles queriam um único poder central em Portugal.

Então D. João resolveu voltar sozinho para Portugal e deixou o seu filho como príncipe regente. Antes de partir ele disse:

“Se for para perder o Brasil, que seja para ti e não para estes aventureiros”.

A partir daí o processo de Independência do Brasil tornou-se mais iminente e o líder era D. Pedro.

Para manter a autonomia política no Brasil diante das revoluções da corte, D. João convocou eleições para eleger juntas governamentais nas principais províncias, antes do seu retorno a Portugal.

O primeiro que chegou a reconhecer D. Pedro como príncipe regente foi José Bonifácio e Silva, um brasileiro com uma extensa formação acadêmica, fluente em diversas línguas. Ele também se tornou confidente e conselheiro de D. Pedro, as suas ideias e influência política foram decisivas para a Independência do Brasil.

Os brasileiros estavam insatisfeitos com a corte portuguesa, que indicavam querer recolonizar o Brasil . O clima nas terras brasileiras era de guerra civil entre os que apoiavam o príncipe regente e os que apoiavam a corte. Não raramente portugueses e brasileiros entravam em combate, pois os brasileiros não queriam obedecer a corte portuguesa.

Causas da Independência do Brasil

Muitas foram as causas que levaram à Independência do Brasil, desde causas políticas e sociais a questões econômicas, além da vinda da Família Real ao Brasil, que foi um dos fatores mais importantes no processo de independência.

Abaixo, além das que já foram citadas, serão listadas outras causas que levaram o Brasil à independência.

  • Crise do sistema colonial, as ideias iluministas e as independências ocorridas na América Inglesa e na América Espanhola.
  • Movimentos de tentativas de liberdade colonial, como a Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798).
  • Leopoldina, esposa de D. Pedro, mostrava-se favorável à Independência do Brasil e estava contra as cortes portuguesas.
  • Em 1815, D. João elevou o Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves. Com isso, o Brasil deixa de ser colônia para adquirir o mesmo status jurídico que a metrópole. Essa decisão causou descontentamento a Portugal, revelava que D. João pretendia se fixar no Brasil. Igualmente, o Brasil tornava-se centro do império português.
  • O desenvolvimento da região estava entravado pelos rigores da política mercantilizada, que impedia qualquer progresso que beneficiasse a colônia.
  • A abertura de Portos feita por D. João às nações amigas. Isso significava que qualquer país poderia comercializar com o Brasil.
  • A Revolução Liberal do Porto, em 1920, que tinha como objetivo a autonomia portuguesa, a promulgação de uma Constituição e retomar a colonização do Brasil. Acelerando a volta de D. João a Portugal e atribuindo a D. Pedro a regência do Brasil.
  • Medidas vindas de Portugal pressionaram o governo de D. Pedro, na tentativa de anular seus poderes político, administrativo, militar e judicial e forçá-lo a regressar a Portugal.

7 de setembro de 1822, dia da Independência do Brasil

As séries de acontecimentos levaram a D. Pedro a ficar no Brasil. Mesmo ele recebendo de Portugal a exigência de voltar para a Europa, ele acatou os conselhos de José Bonifácio e D, Leopoldina, sua esposa, que dizia para ele não aceitar a exigência.

Havia pedidos de várias províncias e abaixo-assinados de até 5.000 pessoas insistindo para que o príncipe regente permanecesse. D. Pedro recebia cartas de líderes de províncias brasileiras para que não fizesse dos brasileiros servos de Portugal.

Então, no dia 9 de janeiro de 1822, D. Pedro, anunciou ao público a sua permanência no Brasil. Esse evento ficou conhecido como o  “Dia do Fico”.

“Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico”

Essa frase deixou, simbolicamente, a mensagem que o Brasil não pertencia mais a Portugal. Mas a Independência do Brasil propriamente dita ainda não havia acontecido.

Os acontecimentos desencadearam uma crise no governo e os ministros fiéis às Cortes, demitiram-se. O príncipe formou um novo ministério, sob a liderança de José Bonifácio, um dos principais partidários da emancipação política brasileira. Apesar da crise gerada por causa da sua declaração, D. Pedro continuou ganhando apoio da população. Fazendeiros saudavam o príncipe e sua comitiva por onde passavam.

Em agosto de 1822, Dom Pedro precisou viajar à província de São Paulo e deixou sua esposa, a princesa Dona Leopoldina, como regente. Pela primeira vez no Brasil, uma mulher comandaria o país. Ela governou antes mesmo de que o Brasil se tornasse verdadeiramente independente.

Enquanto D. Pedro estava viajando, chegam cartas de Portugal exigindo a volta imediata de Dom Pedro a Portugal. As leis criadas no Brasil não seriam mais aceitas e quem desobedecesse estaria afrontando Portugal.

Para José Bonifácio e D. Leopoldina não havia mais possibilidade de conciliação com Portugal e uma inevitável ruptura entre o Brasil e a coroa portuguesa era certa. Ele enviou uma carta para D. Pedro informando-o da decisão que ele e D. Leopoldina haviam tomado em Conselho.

No dia 7 de setembro de 1822, tendo recebido a carta, D. Pedro arrancou a braçadeira azul e branca que simbolizava Portugal e atirou-a no chão dizendo:

— “Tirem suas braçadeiras, soldados! Viva a Independência, a liberdade e a separação do Brasil!”

O príncipe desembainhou sua espada, no que foi seguido pelos militares; os paisanos tiraram o chapéu, e D. Pedro disse:

— “Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a liberdade do Brasil! Brasileiros! A nossa divisa de hoje em diante será – INDEPENDÊNCIA OU MORTE!”

Iniciou-se o Primeiro Reinado e D. Pedro passou a ser chamado de D. Pedro I.  A partir dessa data, o Brasil teria um longo caminho para poder garantir a sua independência. As lutas e as dificuldades não foram resolvidas nesse dia, mas foi o começo de uma nova história para a nossa nação.

Referências:

A vinda da Família Real para o Brasil e as estratégias inéditas do monarca português. Brasil Paralelo. 31/08/1981. Disponível em: https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/vinda-da-familia-real-para-o-brasil . Acesso em 30 de ago de 2022.

BEZERRA, Juliana. Causas da Independência do Brasil. Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/causas-da-independencia-do-brasil/ . Acesso em 31 de ago. de 2022.

O que foi o Primeiro Reinado? Entenda como realmente aconteceu a Independência do Brasil. Brasil Paralelo. 01/09/2021. Disponível em: https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/o-que-foi-o-primeiro-reinado . Acesso em 29 de ago. de 2022.

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