Dia Internacional da Mulher
Você sabia que o Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, tem uma história repleta de lutas e conquistas?Descubra por que essa data é tão especial, quem a instituiu e como o mundo a reconhece.
Há algumas teorias para a escolha dessa data. A primeira e a mais conhecida dentre elas relata o fato de um incêndio que ocorreu na fábrica Triangle Shirtwaist em Nova York. Esse incidente causou a morte de 146 mulheres e 26 homens, isso porque a maioria das funcionárias eram mulheres e não homens.
As causas do incêndio variaram desde a permissão de fumar dentro do ambiente de trabalho até materiais inflamáveis. Além disso, a iluminação era a gás e não havia extintores de incêndio no local. No entanto, o incêndio aconteceu no dia 25 de março de 1911, e não em 8 de março, como se comemora.
Outra data, que justifica o dia internacional da mulher, e também a mais aceita, é o 8 de março de 1917. Esse dia ficou conhecido como o “Pão e Paz”, pois mulheres e alguns homens se reuniram em um protesto para reivindicar melhores condições de trabalho e de vida, lutaram contra a fome e contra a Primeira Guerra mundial (1914-1918).
A Origem do Dia Internacional da Mulher: Quem Teve Essa Ideia?
O Partido Socialista da América criou a ideia de instituir o Dia Internacional da Mulher, em 20 de fevereiro de 1909, na cidade de New York. Nesse dia ocorreu uma manifestação pela igualdade e direitos civis, como o de votar. Na época, nos EUA, as mulheres não votavam, e poucas manifestavam o interesse de exercer o voto.
Além disso, um ano depois, durante uma conferência de mulheres em Copenhague, Clara Zetkin sugeriu que o Dia da Mulher fosse celebrado todos os anos, embora não tenha sido definida uma data específica. A partir de 1913, as mulheres russas passaram a celebrar a data com manifestações realizadas no último domingo de fevereiro.
Mas somente em 1975, o dia 8 de março foi instituído como Dia Internacional das Mulheres, pelas Nações Unidas. Atualmente, a data é comemorada em mais de 100 países, mas há países em que o Dia Internacional da Mulher não é comemorado.
O Dia Internacional da Mulher e a sua atuação na vida pública
Apesar de ter sido criado o mito que a mulher do passado não era ativa na vida pública, a história prova o contrário, inclusive antes de Cristo, já havia mulheres que exerciam cargos ou funções públicas. Vejamos algumas delas:
1- Enheduana (2300 a.C)- Escritora e professora
Considerada a primeira escritora do mundo, nascida, provavelmente, 2300 a.C, a princesa Enheduana, filha do rei Sargão da Arcádia, deixou como legado mais de 40 obras literárias, por isso ela é considerada a primeira escritora do mundo. Antes dela já havia escritos de outras pessoas, mas os nomes delas permaneciam anônimos, enquanto o de Enheduana teve seus textos atribuídos a ela.
A prática da escrita realizada pela princesa trouxe à tona a questão da alfabetização de mulheres na antiga Mesopotâmia. Apesar de ter ficado marcada, Enheduana, não foi a única. Historiadores revelam que muitas esposas de reis também escreviam poesias. Além disso, as pessoas costumavam adorar uma deusa escriba chamada Nidaba.
2- Débora – Juíza
Débora, cujo nome significa abelha foi profetisa e a quarta juíza de Israel. Sua história está descrita no Livro dos Juízes, capítulos 4 e 5. Ela, juntamente com Baraque, liderou os israelitas contra o domínio de Canaã, por volta do século XII a.C. É a única mulher citada na Bíblia a ter o status de juíza. O texto bíblico apresenta sua origem como simples, pois ela é descrita como esposa de Lapidote e profetisa que prestava atendimento debaixo das palmeiras.
3- Enedina Alves Marques (1913 – 1981) – Engenheira civil
Enedina Alves Marques, primeira mulher a se formar em engenharia e a primeira a concluir o curso na universidade paranaense.
Enedina nasceu em Curitiba, ingressou na Universidade Federal do Paraná em 1940, foi professora de matemática e conciliou o trabalho e os estudos. Seus esforços recompensaram-na, pois ao terminar o curso, ela trabalhou no Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica do Paraná.
Igualmente, integrou a equipe de engenheiros que atuou na construção da usina hidrelétrica Capivari-Cachoeira (PR).
Também foi a responsável pela construção da Casa do Estudante Universitário do Paraná e o Colégio Estadual do Paraná, ambos em Curitiba.
4-Princesa Isabel (1846-1921) – Princesa Imperial do Brasil
No século XIX, quando ainda não se comemorava o Dia Internacional da Mulher, algumas mulheres faziam história aqui no Brasil Império.
Sendo a segunda filha do imperador Dom Pedro II e da imperatriz Dona Tereza Cristina, a princesa Isabel foi regente do Brasil por três vezes.
Seu pai já tinha o propósito de prepará-la para a função de regente na ausência dele. E durante o período do seu reinado, princesa Isabel assinou leis que visava a abolição da escravatura no Brasil.
Em 1864, casou-se com o príncipe francês Gaston de Orleães, conde d’Eu e com ele teria três filhos.
Em 1888, após intensa luta política, a princesa assina a Lei Áurea que acabaria com o trabalho escravo no país.
5- Catarina Paraguaçu (1503 – 1583) – Índia Tupinambá
Outro nome importante a ser citado nesta comemoração do Dia Internacional da Mulher é Paraguaçu, uma indígena da tribo tupinambá e filha do cacique Taparica, que deu nome à ilha de Itaparica. Sua vida mudou depois que conheceu o português Diogo Álvares Correia, o Caramuru. Muitos a consideram a mãe do Brasil, porque junto com Caramuru começou a construir a cidade de Salvador.
Em 1528, o casal rumou para a França, onde ela recebeu o batismo na igreja de Saint-Malo. Lá, ela se converteu ao catolicismo. E alí, o casal também contraiu matrimônio nesta cidade francesa e tiveram quatro filhas.
Catarina Paraguaçu faleceu em 1583 e legou todos seus bens aos beneditinos. Os restos mortais de Paraguaçu estão na Igreja e Abadia de Nossa Senhora da Graça, em Salvador.
6- Cristina Ortiz (1950) – Pianista
Cristina Ortiz, aos 11 anos de idade ingressou no Conservatório Brasileiro de Música, no Rio de janeiro, e se apresentou sob a regência do maestro Eleazar de Carvalho.
Nos anos 80 era a única mulher que figurava na série “Os Pianistas” promovida pela Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) no Rio de Janeiro.
Gravou mais de 30 discos como solista ou acompanhada de orquestras. Já deu master class na Julliard School of Music, em Nova York e na Real Academia de Música, em Londres. Atualmente, além de concertista, reúne jovens pianistas na sua casa no sul da França para compartilhar sua experiência musical.
7- Maria Esther Bueno (1939-2018) – Tenista
Ela nasceu em São Paulo e começou a praticar o tênis muito jovem no Clube Tietê. Chamava atenção pelo seu estilo elegante e foi conquistando vitórias no circuito mundial do tênis como Wimbledon e o US Open.
Detém 71 títulos mundiais simples e foi a n.º 1 do mundo em 1959, 1964 e 1966. Igualmente, é a única tenista brasileira que tem seu nome no Salão da Fama Internacional do Tênis, homenagem que recebeu em 1978.
Também se destacou no torneio de duplas e conquistou uma medalha de ouro individual e duas de prata em dupla, nos Jogos Pan-Americanos de São Paulo, em 1963.
Esther Bueno abandonou as quadras na década de 70 e se tornou comentarista esportiva em TV’s por assinatura. O mais recente reconhecimento à sua carreira foi batizar a quadra central do Centro de Tênis Olímpico, no Rio de Janeiro.
8- Maria Quitéria (1792 – 1853) – Militar
Maria Quitéria nasceu numa fazenda perto de Feira de Santana (BA) e aos 10 anos perdeu a mãe. Quando começou o processo de independência do Brasil, convocaram todos os homens em idade de lutar.
Tendo apenas filhas, o pai de Maria Quitéria não gostou quando a filha lhe pediu que autorizasse para se juntar ao regimento do Príncipe-Regente.
Diante da proibição paterna, fugiu de casa e vai para residência da sua meia-irmã que lhe ajuda a se transformar no soldado Medeiros.
Destacou-se no manejo de armas e tornou-se respeitada, mas o pai acaba descobrindo seu disfarce. Diante da intervenção do major do Batalhão dos Voluntários do Príncipe, ele concedeu sua permissão para que ela permanecesse a servir.
Com isto, se tornou na primeira mulher a integrar as forças regulares no Brasil. Maria Quitéria participava de várias batalhas contra as tropas portuguesas que não aceitavam a independência do Brasil.
O Imperador Dom Pedro I condecorou Maria Quitéria com a Ordem Imperial do Cruzeiro. Logo depois, casou-se com um antigo namorado e teve uma filha. Faleceu em Salvador e se encontra sepultada nesta cidade.
As conquistas e o Dia Internacional da Mulher
O certo é que a mulher tem um papel importantíssimo na sociedade, como o homem, a criança, o jovem e o idoso. Juntos formamos o lugar que vivemos, seja ele agradável ou não, todos fazemos parte de um grupo chamado humanidade.
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Referências
FERNANDES, Márcia. Dia Internacional da Mulher. Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/dia-internacionaldamulher/#:~:text=O%20Dia%20Internacional%20da%20Mulher,como%20%22P%C3%A3o%20e%20Paz%22 . Acesso em 27 de fev. 2023
Wikipédia- A enciclopédia livre. Dia internacional das mulheres. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_das_Mulheres . Acesso em 27 de fev. 2023.
Saiba quem foi Enheduana, a primeira escritora da história. AH- Aventuras na História. UOL. Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/saiba-quem-foi-enheduana-primeira-escritora-da-historia.phtml?utm_source=site&utm_medium=txt&utm_campaign=copypaste . Acesso em 24 de fev. 2023.